Nesses últimos anos eu tenho optado por publicar meus livros de forma artesanal. Nessa época tão cheia de tecnologias, pode parecer uma ideia ruim publicar seu livro costurado à mão. Mas essa pode ser uma experiência positiva em muitos aspectos. Vou te dar aqui algumas vantagens desse processo.

1 – Ganhos financeiros: Nesse tipo de autopublicação o custo de materiais é muito baixo. Você pode imprimir em casa, investir somente em papel, linha e agulha. Com isso, os ganhos são maiores do que quem imprime em gráfica ou publica por editora.

2 – Livros sensoriais e únicos: No artesanal, você pode escolher técnicas e materiais com profunda conexão com sua obra. Isso transforma a publicação em algo mais: o livro não possui apenas o texto literário, mas toda uma aura do trabalho dedicado a ele. Há muito de quem o faz nesse tipo de livro.

3 – Processo criativo: o artesanal amplia as possibilidades criativas do seu trabalho, não se restringe a texto + ilustração. Você pode usar colagens, bordados, carimbos, pinturas, texturas, tecidos, madeira… Tudo o que vier na sua mente e se conecte com sua obra.

4 – Benefícios à saúde: fazer artesanato é algo que faz bem ao corpo e à mente, pois ajuda a desenvolver memória, concentração, raciocínio e coordenação motora. E é muito prazeroso!

Uma desvantagem: Apesar dos baixos custos em matéria-prima, é preciso lembrar que dá trabalho. E é bom que você se planeje para caso venda muitos exemplares. Não crie projetos tão mirabolantes que não consiga produzir em grandes quantidades.

Todas as formas de publicação de livros (por editora tradicional, parceria, edital, autopublicação, financiamento coletivo, e-book) possuem vantagens e desvantagens. Na minha trajetória, o caminho que se mostrou melhor foi o artesanal. Tenho muito orgulho de poder hoje fazer não apenas os meus livros dessa forma, mas também de outras autorias pela Editora Arpillera. E também de poder partilhar esse conhecimento nas várias turmas que já dei de oficinas de livro artesanal, que possibilitaram que algumas pessoas produzissem assim seus próprios livros.

O caminho do livro artesanal pode parecer uma contramão da história, diante de uma sociedade altamente tecnológica. Mas precisamos de contraposições, do resgate do sensorial, do afetivo. O artesanal é esse oásis.

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